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Dívida EUA Juros Disparam

Bandeira dos Estados Unidos tremulando diante de um fundo iluminado por intensas luzes vermelhas verticais, sugerindo um clima de alerta ou crise. A imagem simboliza a crescente preocupação com a dívida pública dos EUA e seu impacto nos juros globais e no mercado financeiro.

O Alerta Vermelho de Wall Street: EUA, Dívida Recorde e o Disparo dos Juros Globais – O Que Você Precisa Saber AGORA!

A Queda Histórica: Por Que a Nota de Crédito dos EUA Foi Rebaixada em Meio à Disparada dos Juros?

Mais uma vez, a história financeira se repete, mas com um novo capítulo preocupante. A nota de crédito dos Estados Unidos acabou de ser rebaixada pela agência Moody’s. Não estamos falando do Brasil, mas sim do governo americano, que, pela primeira vez na história, teve sua nota cortada por essa agência. De fato, a Moody’s agora se junta à Standard & Poor’s (que rebaixou em 2011) e à Fitch (em 2021), completando o trio de grandes agências de classificação de risco a retirar a nota de triplo A do gigante americano. Essa notícia, como era de se esperar, já fez os juros dispararem, especialmente os de longo prazo, e não apenas nos Estados Unidos, mas globalmente. Portanto, é fundamental entender o que está acontecendo e o significado dessa decisão para o futuro da economia mundial.

A situação fiscal americana, em outras palavras, ainda preocupa e representa um grande desafio para o atual governo e seus planos econômicos. O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, tem sido uma presença constante na mídia, defendendo a gestão e a minimização dos impactos. Contudo, mesmo com a notícia saindo numa sexta-feira à noite e os mercados já fechados, os juros de 30 anos nos EUA dispararam para mais de 5% já no domingo à noite. Bessent argumenta que as agências são um “indicador atrasado”, uma fala que até mesmo Larry Summers, crítico de Trump, já havia proferido em 2011. Entretanto, não dá para minimizar a importância do rebaixamento da Moody’s, que possui um embasamento sólido por trás da decisão, conforme veremos a seguir.

O Legado do Déficit: A Dívida EUA Continua Crescendo e Pressionando Juros

A Moody’s não tomou essa decisão sem motivos; pelo contrário, o embasamento é profundo. A agência destaca que “sucessivas administrações dos Estados Unidos e o Congresso não chegaram a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e crescentes custos de juros”. Ou seja, a agência não vê propostas fiscais atuais que possam gerar reduções materiais nos gastos nos próximos anos. Espera-se déficits ainda maiores, impulsionados pelo aumento dos gastos com programas sociais (os chamados “direitos”) enquanto a receita do governo permanece estagnada. Consequentemente, déficits persistentes e grandes elevam a dívida e a carga de juros do governo, deteriorando o desempenho fiscal dos EUA em comparação com seu próprio passado e com outros países soberanos de alta classificação.

Além disso, a Moody’s não olha apenas para o passado, mas também projeta o futuro, analisando as propostas orçamentárias que tramitam no Congresso. Dessa forma, há um problema real de herança e legado, mas também de futuro. Embora o Secretário Bessent e o próprio ex-presidente Trump falem em conter gastos e déficits, na prática, isso parece estar mais no discurso do que em ações concretas. A última proposta legislativa do orçamento, por exemplo, prevê déficits crescentes, com mais cortes de impostos – algo sempre bem-vindo – mas com o lado dos gastos (“spending”) em constante ascensão. Em outras palavras, a conta não está fechando, e isso é um enorme problema que alimenta a disparada dos juros.


Juros em Disparada: O Efeito Dominó Global e o Desafio da Dívida EUA

Os gráficos não mentem: o déficit americano segue crescendo. Em abril, o déficit já ultrapassava 1 trilhão de dólares, superando o valor do ano passado. Não há uma projeção real de diminuição da dívida americana; muito pelo contrário. Um pacote proposto pelos republicanos na Câmara, por exemplo, sugere tornar os cortes de impostos de Trump permanentes. Isso, aliás, pode impactar o déficit em mais 5,2 trilhões de dólares nos próximos 10 anos, somando-se a um déficit que já ronda os 2 trilhões anualmente. O Comitê para o Orçamento Federal Responsável também projeta que os déficits dispararão devido a essa proposta em tramitação. Portanto, não há perspectiva de diminuição da dívida EUA no horizonte próximo.

Isso nos leva a outro problema: o Departamento de Eficiência Governamental (DOE), liderado por Elon Musk. Inicialmente, havia a esperança de que o DOE pudesse cortar 2 trilhões do déficit. No entanto, até o momento, as economias atingiram apenas 170 bilhões de dólares, e algumas auditorias sugerem que esse número é ainda menor. De fato, é claro que a meta de cortar a dívida pública americana e os gastos do orçamento federal, especialmente os previstos em lei, está muito distante. Consequentemente, o DOE está fracassando. Aparentemente, Musk já se afastou do governo devido a questões empresariais e represálias, o que dificulta qualquer mudança significativa que poderia conter a disparada de juros.

O Dilema da Dívida: Teto, Impostos e a Busca por Soluções para a Disparada dos Juros

Por tudo isso, as taxas de juros estão em ascensão. O Tesouro Americano de 10 anos ultrapassou 4,57%, e o Tesouro Japonês de 10 anos voltou a subir para 1,5%(que, a propósito, está enfrentando alguns desafios, tema abordado em outro artigo – Click aqui e leia o artigo.). A curva de juros americana mostra as taxas mais longas, de 20 e 30 anos, ultrapassando 5%. Além disso, esse movimento não se restringe aos EUA. As taxas de juros de outros países desenvolvidos também estão em alta: o Reino Unido acima de 5,40%, a França quase 4%, a Alemanha 3%, a Itália em 4,4% e a Espanha em 4,44%. Surpreendentemente, até a Grécia, historicamente um país com problemas de dívida, está com juros abaixo da Itália, do Reino Unido e dos Estados Unidos (4,15%).

Esse movimento global de disparada dos juros longos se deve ao fato de que todos os países estão muito endividados, alguns mais que outros, especialmente os soberanos. Nesse sentido, o Japão é o grande “elefante na sala”(Click aqui e leia o artigo sobre a dívida do Japão e a economia global.). Suas taxas de tesouro de 30 anos estão em 3% e as de 40 anos em 3,5%. Em outras palavras, essa mudança de 2,5% para 3,5% em um título de 40 anos significa uma perda de mais de 30% no valor do título. Consequentemente, quanto maior a duração do título, mais sensível seu preço é às variações de juros. O Japão é o governo mais endividado do mundo, com uma dívida pública que excede 250% do PIB(Click aqui e leia o artigo sobre a dívida do Japão e a economia global.).


O Que Significa Tudo Isso Para Você? O Futuro do Dólar Diante da Dívida EUA e Juros Disparados

O Banco do Japão detém mais da metade da dívida pública japonesa, um número surreal(Click aqui e leia o artigo sobre a dívida do Japão e a economia global.). Nos Estados Unidos, o Fed detém menos de 25% da dívida pública emitida. No Japão, o mercado para venda de títulos está diminuindo, e o Banco do Japão continua imprimindo e comprando sem parar. Porém, em algum momento, essa roda pode parar de girar, gerando um grande problema. O que acontecerá com as taxas de juros? Elas dispararão ainda mais? Nesse contexto, podemos entrar em um cenário de repressão financeira, onde os bancos centrais e governos buscam meios alternativos para segurar taxas de juros, enfrentando a dívida EUA.

Para os Estados Unidos, essa questão fiscal não é nova, vem de décadas, mas tem se deteriorado sem uma luz no fim do túnel. Adicionalmente, no curtíssimo prazo, há o teto da dívida americano, que ainda limita o montante de dívida que o governo pode emitir em 36,1 trilhões de dólares. Esse teto precisa ser novamente elevado, e a batalha no Congresso nas próximas semanas trará mais volatilidade. Apesar disso, a expectativa é que, como sempre, o teto seja elevado, mas com turbulência. Afinal, o grande problema é a dívida gigantesca (mais de 120% do PIB) com juros muito elevados. A despesa com juros no orçamento público já ultrapassou 1 trilhão de dólares, superando os gastos com defesa.

Cenários Possíveis: Repressão Financeira e Turbulência no Mercado Pela Dívida EUA e Juros em Alta

Com a dívida de curto prazo emitida nos últimos anos, o refinanciamento agora é um desafio, já que os juros continuam nas alturas. Travar um juro de 5% por 30 anos é muito caro. O que o governo pode fazer? O Fed está reduzindo seu balanço, não comprando dívida pública. Será que ele suspenderá essa redução e voltará a comprar dívida? É uma possibilidade, mas traria mais turbulência, intensificando a disparada de juros.

O que pode ser anunciado para aliviar os temores no mercado de dívida? É um momento histórico para quem acompanha macroeconomia e mercados. Em suma, é um dos momentos mais importantes da história financeira, da dívida soberana e do próprio dinheiro, já que isso tem a ver com o padrão dólar e a era do papel moeda inconvertível. Portanto, é crucial acompanhar o grande ciclo de endividamento dos países que estamos testemunhando. Quando e como os países lidarão com a dívida EUA e seus juros disparados, ainda não sabemos.


Desenvolvidos Virando Emergentes? A Cautela é Palavra de Ordem Frente à Dívida e Juros Globais

As taxas de juros de longo prazo acima de 4%, 4,5% e 5% em países tão endividados como estão hoje, indicam que os desenvolvidos parecem estar se transformando em emergentes. Nós, como emergentes, já vimos no passado o que acontece quando a dívida estoura demais. Consequentemente, este é um momento de cautela e de acompanhamento atento, pois não se pode menosprezar o que está acontecendo. Em outras palavras, a sustentabilidade financeira global está sob escrutínio, e as decisões tomadas agora moldarão o futuro econômico diante da dívida EUA e seus juros disparados.

Curtiu essa análise aprofundada sobre a dívida dos EUA e a disparada dos juros? Comenta aqui: qual sua maior preocupação com esse cenário e o que você está fazendo para proteger seus investimentos? Aproveita e compartilhe este artigo com amigos e familiares para que mais pessoas entendam o que realmente está acontecendo.

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